As perdas não identificadas são um dos principais desafios do varejo brasileiro.

Na 8ª Pesquisa Abrappe de Prevenção de Perdas no Varejo Brasileiro, o índice de perdas cresceu em segmentos importantes como o de supermercados, farmácias e atacarejo.

Além disso, as perdas não identificadas saltaram para aproximadamente 40% do total de perdas no varejo – a média dos anos anteriores foi de 20%.

O fenômeno acende um alerta para a importância de estratégias de controle mais assertivo no varejo moderno que, aliás, se alinham com uma nova perspectiva sobre eficiência operacional.

No cenário atual do varejo, cada vez mais dinâmico e competitivo, a eficiência é encarada como uma integração entre tecnologia, pessoas, processos, responsabilidade sobre recursos, políticas sólidas de governança, além de um modelo de gestão de ponta a ponta também impulsionado pela inovação.

Nesse sentido, entender o que são perdas não identificadas é o primeiro passo para adotar essa visão mais integrada e holística de eficiência operacional.

Perdas não identificadas: o que são e por que ocorrem no varejo?

De modo objetivo, as perdas não identificadas são aquelas que não deixam rastro nas lojas.

No vídeo que abre este artigo, estamos falando da “diferença entre o estoque físico e o estoque eletrônico, que está registrado no sistema”.

Ou seja, basicamente, o estoque físico apresenta uma diferença em relação ao que está registrado digitalmente.

Normalmente, essas perdas só são descobertas em processos de inventário — sejam eles rotativos, parciais ou totais. Ou seja, são falhas que ficam “invisíveis” até que sejam mensuradas nos inventários.

Por não deixarem evidência clara, as perdas não identificadas, como o próprio conceito já permite deduzir, dificultam o diagnóstico da causa.

O varejista sabe que perdeu, mas, em muitos casos, não consegue identificar quando, onde ou como o desvio ocorreu. Não consegue identificar a causa raiz da divergência.

Isso torna as perdas não identificadas mais perigosas. Elas corroem a margem de lucro, desorganizam os estoques, a operação e minam a eficiência da loja, pondo em risco a sustentabilidade dos negócios no longo prazo.

Quais as principais causas das perdas não identificadas?

São diversas as causas para as perdas não identificadas em uma loja, elas incluem:

  • Erros operacionais: incluindo produtos não registrados no PDV, divergência de códigos ou falha humana no momento da leitura dos itens no caixa.
  • Furtos internos ou externos: os quais não são flagrados ou notados em tempo real, transformando-se em prejuízos silenciosos ao final do inventário.
  • Falhas na conferência de mercadorias recebidas: tratam-se de itens que não entram corretamente no sistema de recebimento, gerando diferença entre o estoque físico e o controle digital.
  • Ausência de inventários rotativos: cuja ausência dificulta o monitoramento contínuo do estoque e impede a identificação precoce de padrões de perda ou gargalos operacionais.
  • Sistemas não integrados entre loja, estoque e backoffice: o que cria pontos cegos, promovendo um modelo de gestão fragmentado que dificulta o rastreio de inconsistências operacionais no dia a dia.

Qual o impacto das perdas não identificadas para o varejo?

O primeiro impacto das perdas não identificadas é financeiro.

Afinal de contas, estamos falando de um gargalo que pode reduzir expressivamente a margem de lucro da operação e comprometem o resultado mesmo em lojas com alto volume de vendas.

Elas também causam ruptura nas gôndolas. A mercadoria some do estoque sem que a equipe perceba, prejudicando a reposição e frustrando a experiência do consumidor.

Outro efeito está na dificuldade de análise de desempenho. Sem saber onde ocorrem os desvios, o gestor perde capacidade de agir com base em dados e evidências reais.

Por fim, há risco de desabastecimento ou compras desnecessárias. A loja repõe produtos já disponíveis — ou falha em comprar itens que foram furtados, comprometendo, novamente, a experiência e o processo de fidelização dos consumidores.

Inventário no varejo: o primeiro passo para identificar perdas

Mas como superar o desafio das perdas não identificadas?

Para tanto, realizar inventários com frequência é o primeiro passo para encontrar perdas não identificadas.

O ideal, nesse sentido, é adotar o inventário rotativo, por setor ou por loja, que consiste, como vimos acima, no monitoramento contínuo das mercadorias.

Além disso, a integração entre sistemas, por exemplo, de frente de caixa, estoque e segurança é essencial. Sem isso, os dados ficam soltos e dificultam o controle.

O treinamento das equipes operacionais também é essencial. Conferentes e operadores devem entender os riscos das falhas e adotar boas práticas no recebimento e na operação do caixa.

Finalmente, outro ponto é o cruzamento automatizado de dados entre setores. Dentro desse contexto, a tecnologia assume um papel essencial para fomentar uma cultura de dados no varejo, permitindo a comparação de eventos e um rastreamento mais assertivo de perdas tidas antes como não identificadas.

O papel da tecnologia na visibilidade das perdas

A boa notícia é que há todo um conjunto de tecnologias que ajudam a lançar luz sobre perdas não identificadas.

Com a Inwave, por exemplo, é possível automatizar auditorias, controlar processos, integrar dados, tudo isso gerando mais segurança, eficiência e aumento de margens para a sua operação.

Conheça algumas de nossas soluções que apoiam no varejo no controle de perdas não identificadas:

Plataforma Darwin

A Plataforma Darwin ajuda a controlar processos por meio de auditorias em tempo real ou pós-evento. Isso permite agir rapidamente em casos de desvios ou falhas operacionais.

É válido destacar, nesse sentido, que dois dos principais pontos de perdas não identificadas são a frente de caixa e o recebimento – e ambos podem ser monitorados com os recursos disruptivos da Plataforma Darwin!

Com base em dados e em um modelo de tecnologia que integra os setores de sua loja, a Darwin permite rastrear falhas, subescaneamentos, erros de registro e até conluios, oferecendo visão detalhada para o gestor.

EASi (EAS inteligente da Inwave)

O EASi é um diferencial da Inwave para a prevenção de furtos externos. Isso porque nossa tecnologia cruza dados do alarme antifurto com imagens de CFTV em tempo real.

Esse cruzamento permite, por sua vez, que sua loja identifique padrões de comportamento suspeito e atue de modo preventivo.

Dentro desse contexto, eventos de furtos passam a ser auditáveis, com dados e imagens que facilitam a investigação e ação da equipe.

Reconhecimento facial

Finalmente, com o apoio do reconhecimento facial, é possível identificar indivíduos reincidentes e padrões de atuação ligados a quadrilhas especializadas no varejo, para que a equipe atue de forma preventiva.

Em conjunto, essas ferramentas trazem inteligência sobre causas antes invisíveis — como furtos combinados, subescaneamentos, conluios no caixa ou desvios no recebimento de mercadorias.

Ao integrar tecnologias de segurança com o controle de estoque, o varejo ganha visão total da operação. O que era não identificado, agora pode ser analisado e corrigido.

Como transformar perdas não identificadas em oportunidades de eficiência no varejo

Dominar o conceito de perdas não identificadas é essencial para quem busca melhorar seus processos de gestão e proteger os resultados financeiros da loja. Esse tipo de perda representa um grande desafio para o varejo, pois corrói margens silenciosamente e dificulta a tomada de decisão baseada em dados.

No entanto, com processos bem definidos, inventários frequentes, equipes treinadas e o apoio de tecnologias como auditorias automatizadas, integração de sistemas e análise inteligente de dados, é possível revelar esses desvios invisíveis e agir sobre eles com precisão.

Mais do que um problema, as perdas não identificadas podem se tornar uma oportunidade para tornar o varejo mais eficiente, competitivo e preparado para crescer com segurança.