A evolução dos sistemas de CFTV, que hoje podem contar com recursos avançados de visão computacional, é reflexo da corrida tecnológica do mercado e traz uma série de benefícios para a segurança e eficiência no varejo.
Mas você sabe como a visão computacional funciona e de que forma ela contribui para o monitoramento inteligente de sua loja?
Fato é que hoje, o monitoramento em vídeo não consiste apenas no registro de imagens, mas em uma combinação de análise e inteligência embarcada.
Assim, se antes os circuitos fechados de televisão (CFTV) atuavam como elementos passivos no ecossistema de segurança e operação de uma loja, com a chegada da visão computacional, esses sistemas se tornaram ferramentas capazes de acompanhar padrões, eventos suspeitos e correlacionar dados em tempo real.
Trata-se de um salto tecnológico com impacto direto no combate às perdas no varejo — um dos setores mais sensíveis a desvios, fraudes e falhas operacionais.
Dentro desse contexto, é importante destacar que a visão computacional é uma tecnologia que não para de crescer no Brasil e no mundo.
Dados da consultoria Fortune Business Insights estimam que o mercado global de visão computacional movimente mais de US$ 31 bilhões ainda este ano.
E a projeção é que essa tendência avance 27,6% ao ano até 2032.
Esse avanço reflete a maturidade dessa tecnologia e sua disseminação em aplicações práticas, como segurança, automação e monitoramento inteligente no ponto de venda.
Neste cenário, a visão computacional associada ao CFTV e ao uso de dados de forma inteligente permite ações preventivas, respostas rápidas e insights contínuos.
Com isso, o monitoramento ganha um novo status: em vez de acompanhar, ele interpreta. Em vez de apenas gravar, ele antecipa.
Trata-se de uma lógica muito mais eficiente e capaz de gerar retornos financeiros positivos para o varejo.
O que é visão computacional?
Para que possamos entender, em detalhes, os benefícios da visão computacional para o varejo, vale a pena revisarmos o conceito dessa tecnologia.
A visão computacional é o ramo da inteligência artificial que permite que máquinas interpretem imagens (incluindo vídeos) a partir da combinação de processamento de imagens, cruzamento de dados e algoritmos de machine learning.
Desse modo, as máquinas podem reconhecer padrões visuais, identificar objetos, rostos, expressões, movimentos e comportamentos com altíssimo grau de precisão.
Na prática, estamos falando de uma tecnologia que reproduz a visão humana a partir do uso de câmeras – por isso, é possível falar de uma evolução exponencial nos sistemas de CFTV.
Em artigo recente da Revista Científica da Fapesp, destaca-se o uso da visão computacional em diferentes setores – da indústria ao diagnóstico de doenças.
E essa tendência também está no centro das operações inteligentes no varejo. Ela viabiliza a automatização do monitoramento e aumenta a capacidade de resposta a riscos.
Na prática, o uso de sistemas de visão computacional e inteligência de software para monitorar caixas e o recebimento de mercadorias, por exemplo, tornou-se um diferencial para reduzir as perdas sob controle aumentar a lucratividade.
Os benefícios da visão computacional para o varejo
Sim, no contexto varejista, a aplicação da visão computacional impacta diretamente a segurança, a eficiência e a redução de perdas. Entretanto, já é possível expandir essa aplicação para outras áreas como operações, comercial e marketing.
Para que possamos entender melhor essa tecnologia, vale a pena reunirmos alguns de seus benefícios centrais:
- Detecção automática de ações suspeitas: movimentos atípicos e interações não convencionais são identificadas e sinalizadas automaticamente, permitindo uma atuação proativa para o controle de perdas.
- Redução de fraudes operacionais: cruzamento entre imagens e dados de vendas permite alertar sobre um possível subescaneamento e prevenir fraudes e erros nos caixas, por exemplo.
- Análise em tempo real: decisões são tomadas no momento da ocorrência, com alertas automáticos enviados à equipe de segurança ou gestão de loja.
- Eficiência na alocação de recursos: gatilhos inteligentes com alertas para equipe de segurança, permite uma vigilância automatizada e libera profissionais para atividades mais estratégicas, sem comprometer a cobertura do ambiente.
- Atuação preventiva: ao identificar padrões recorrentes de perda, a tecnologia ajuda a antecipar riscos e reformular processos internos de segurança.
- Reconhecimento facial: através da geração de um banco de dados próprio seguindo os critérios da LGPD, é possível cadastrar furtantes recorrentes e evitar atuação de quadrilhas, conforme detalhamento a seguir.
Vale ressaltar que além da Prevenção de perdas, a visão computacional tem muito a contribuir com outras áreas do varejo. A geração alertas sobre padrões de exposição de produtos, layout de loja e até objetos em locais indevidos, facilita o controle de operações, agilizando processos e reduzindo riscos diversos. Da mesma forma, a análise dos visitantes, cruzando dados demográficos (idade e gênero) com dia e horário que estiveram na loja, constitui informação valiosa para as atuação de vendas e marketing.
Reconhecimento facial e o papel da visão computacional
Entre as aplicações mais emblemáticas da visão computacional, está o reconhecimento facial. Trata-se da identificação de indivíduos a partir de seus traços biométricos, mais precisamente da face.
De modo geral, câmeras que possuem a funcionalidade de reconhecimento facial operam capturando e analisando características dos rostos das pessoas, transformando tais informações em dados simplificado que serão usados em algoritmos de IA mantendo essas informações anônimas sob o ponto de vista legal.
No varejo, essa tecnologia vem sendo empregada para identificar com mais celeridade e assertividade pessoas com histórico de desvios na rede, permitindo ações preventivas imediatas.
Em outras palavras: além do aumento da segurança, o reconhecimento facial em sistemas de CFTV tem como efeito direto a redução das perdas no varejo, pois possibilita a identificação rápida de atividades suspeitas e a prevenção de incidentes antes que ocorram.
Além disso, contribui para a criação de um ambiente de compras mais seguro e confortável para os clientes, trazendo mais eficiência operacional para o varejo.
Vale ressaltar que é fundamental que a utilização do reconhecimento facial no varejo seja realizada de forma ética e em conformidade com as legislações vigentes, garantindo a privacidade e os direitos dos consumidores.
A transparência no uso dessa tecnologia fortalece a confiança entre as empresas e seus clientes, promovendo uma relação mais sólida e positiva.
Isso posto, no varejo, o uso do reconhecimento facial está associado a:
- Detecção de fraudadores reincidentes, já mapeados em redes de lojas;
- Controle de acesso de colaboradores, restringindo áreas sensíveis;
- Identificação de comportamentos suspeitos ou inadequados, com base em perfis de risco;
- Criação de zonas de exclusão, que alertam ao reconhecer pessoas não autorizadas.
A associação com a visão computacional é direta. O reconhecimento facial é uma de suas expressões mais avançadas, cruzando visão, biometria e inteligência artificial.
Além disso, ele respeita a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) quando implementado com os devidos consentimentos e finalidades claras, agregando segurança e conformidade.
Visão computacional: uma nova era no monitoramento do varejo
A visão computacional inaugura uma nova era especialmente na prevenção de perdas e na segurança do varejo.
Seu impacto vai além da segurança: ela reduz perdas, melhora processos, fortalece a gestão e aumenta a margem operacional do varejista.
Nesse sentido, investir em soluções que integram um CFTV inteligente, reconhecimento facial e monitoramento de frente de caixa é um passo decisivo para quem busca eficiência, controle e otimização de resultados financeiros.
É importante lembrar que varejistas devem contar com especialistas para desenhar projetos e integrar a visão computacional às suas lojas, de forma estratégica e eficiente, elevando a segurança com monitoramento inteligente de verdade.